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Bebe recém nascido a ser massajado

Em momento algum, falámos tanto da saudade de um abraço, do toque que nos alimenta e nos transmite tanta emoção, generosidade, amor, empatia e conexão, essencial na criação de uma relação generativa.

A primeira necessidade de um ser humano é sentir que existe para o outro. O bebé procura em primeira instância o olhar dos pais pois é assim que aprende que existe! Ser visto, compreendido e tocado é o maior presente que o Ser pode receber e é também por isso que praticamos tanto o ‘sponsorship’ – reconhecimento ao nível espiritual e da identidade – na Parentalidade Generativa (PG)

Segundo Bowlby, a vinculação entre bebé e o cuidador influencia o desenvolvimento da criança, afeta a sua identidade e determina as representações que ele tem do mundo e dos outros. Como? O bebé percebe o mundo através dos seus cinco sentidos que irão criar as suas representações internas, atribuindo significados, gerando um determinado resultado/comportamento. Mente, corpo (mente somática) e emoções são partes de um todo. A experiência externa em que ele está envolvido enriquece o mapa mental e produz uma emoção que sinaliza o corpo criando uma experiência interna.

Somos energia que influencia a matéria

A realidade é matéria e energia. Nesta fase de desenvolvimento inicial as ondas cerebrais predominantes são as ondas Teta, de frequência mais lenta e mais coerentes, que significa que toda a aprendizagem sobre o momento, a realidade, a relação, vai direta ao inconsciente, ao nível do cérebro médio (cérebro límbico), que por sua vez, se liga ao sistema nervoso autónomo, que controla funções do sistema respiratório, circulatório, digestivo, hormonal, imunitário, entre outras funções do nosso corpo.

Uma relação que começa no útero

Dr. Ashley Montagu diz-nos que “os seres-humanos não sobrevivem sem o toque, é uma necessidade comportamental básica”, sem ele o bebé humano morreria certamente. O sentido do toque é o primeiro a desenvolver-se ainda dentro do útero, entre as 6 e as 9 semanas e é o último a deixar-nos quando morremos. A pele é o nosso maior órgão do nosso corpo que está em contacto direto com o mundo. Harlow desenvolveu estudos que envolviam o confronto de dois macacos Rhesus com dois tipos de mães: Uma constituída de objetos metálicos e outra de pelo, perante este cenário as crias preferiam claramente A SEGUNDA, uma vez que lhes dava conforto e calor em detrimento da que apenas lhe dava alimento. Era observável que mesmo quando se alimentavam mantinham-se apoiados nas mães revestidas. Estes estudos demonstram que a mãe serve de base para a exploração do mundo externo, conceito desenvolvido na teoria da vinculação de Bowlby.

A massagem nutre a relação

A prática da massagem tem benefícios quer para o bebé, quer para os pais, para a família e para o Mundo:

  • O bebé, quando envolvido na massagem recebe momentos de qualidade onde se promove a interação, estimulação, alivio e relaxamento;
  • Os pais aprendem a ler e respeitar os sinais individuais do bebé, tendem a melhorar as suas competências parentais, melhoram a sua auto-estima e confiança, estimula a lactação no caso das mulheres, promove o envolvimento precoce do pai, diminuição das hormonas de stress. A realização de sessões em grupo são oportunidades únicas de socialização para famílias, de promoção de novas amizades e apoio entre pares, cria unidade na diversidade e reduz o isolamento social;
  • Dentro das famílias intensifica-se o respeito, a empatia, redução de conflitos, melhoria no sono, o envolvimento de irmãos neste tipo de processo diminui em grande escala as rivalidades e as atitudes de ação-reação;
  • O maior benefício para a sociedade é promoção do respeito, da empatia, generosidade e criatividade, redução do abuso, violência, vandalismo, crime, redução dos custos do sistema nacional de saúde devido a uma sociedade mais saudável.

O papel do instrutor de massagem infantil

O Instrutor tem como missão potenciar as competências das famílias, através da aprendizagem, reflexão e da tomada de consciência sobre “como” permitir que a criança seja o que ela veio cá para ser, de que forma nos permitimos ser a mãe/pai que criança precisa a cada momento. Para isso é necessário que o adulto olhe para dentro de si e conheça o que de melhor pode trazer para aquela criança, para o mundo!

Permite-te seres a mãe/pai que tu sabes ser!

Um caminho que se constrói através da tentativa erro, em que se acredita que os pais são os peritos do seu filho, consciente que todos os pais querem fazer o bem, são nutridos de boas intenções, todos os pais têm algo fundamental para partilhar em cada etapa do desenvolvimento, todos os pais têm sentimentos ambivalentes!

O que implica o Curso de Massagem para Pais e Bebés

Seguindo o programa do curso para pais e bebés da IAIM pretende-se desenvolver um curso, no mínimo, com 5 sessões com a duração de 60 a 90 minutos. Considera-se que é o tempo suficiente para se criar uma experiência verdadeiramente completa, com tempo de integração, quer da família quer do bebé, obtendo como resultado a autonomia e o sucesso dos pais. Pode ser feito também de forma individualizada, ao domicílio.

Cada sessão é estruturada tendo em conta a prática da massagem com benefícios específicos, a partilha de informação e discussão parental sobre temas que as famílias considerem pertinentes.

Permite-te fazer essa viagem à tua essência e descobrir o ser maravilhoso que tu és, pois foi a ti que o teu filho te escolheu, e acredita que, não foi por acaso. Ele veio para te ajudar a descobrir o melhor que tens dentro de ti. Se te permitires abrir o mundo avança! O mundo desenvolve-se, o mundo transforma-se. Valoriza a desorganização! É nela que residem as infinitas possibilidades (tão queridas da Parentalidade Generativa) tu seres, de fazeres e teres o mundo que sonhas existir.

Eterna curiosa, apaixonada pela área de desenvolvimento pessoal, mãe de uma menina de 4 anos, Licenciada em Educação de Infância, Instrutora de Massagem Infantil e Consultora de Parentalidade Generativa. “Ser a mudança que quero ver no mundo” é o que guia Andreia Gonçalves nesta viagem de encontros e desencontros, de desaprender e aprender em consciência criando algo novo. Defensora de praticas que promovam o alinhamento entre corpo, mente e emoção acreditando que dessa forma é possível ser mais autentica e coerente para consigo e com o outro.

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