Do que é que as famílias precisam já?
As famílias, em todo o mundo, têm sido chamadas a grandes desafios, sobretudo nos últimos tempos, face à pandemia global. Algumas estão a atravessar este momento da humanidade com resiliência, só que uma grande parte está a ser atravessada e esmagada pela pandemia e aqui, a pergunta que emerge é: do que é que as famílias precisam já?
O que as famílias precisam e para ontem, é de caminhar em comunidade! De ir ao encontro da sabedoria inscrita no provérbio africano que nos lembra que “é preciso uma aldeia para educar uma criança.”
A Parentalidade Generativa demonstra que o desafio maior numa família não são as crianças e sim o inconsciente dos pais, conduzido por programas, instalados nas suas infâncias e que lhes retiram poder pessoal. Com tanto para acolher, integrar e transcender, estes pais acabam por reproduzir os mesmos padrões e projectar nos seus filhos, as suas próprias inseguranças, sensação de insuficiência, medos, necessidade de amor e reconhecimento… Até porque os nossos filhos, os “gurus de palmo e meio”, são peritos em espelhar o tanto que ainda temos para acolher em nós, iluminando os nossos triggers e feridas antigas. E fazem-no com amor incondicional (algo que desaprendemos à medida que crescemos e nos vão instalando filtros limitadores), fazem-no no presente, o único momento que temos, na verdade e que eles conhecem.
Uma jornada feita em comunidade
Sabemos o quão desafiante e por vezes doloroso, é fazer este trabalho interno de desenvolvimento e crescimento pessoal, humano. Diz-nos a experiência, de mais de dez anos, com base em culturas tão díspares em todo o mundo, em investigação e experiências pessoais, que ainda que seja uma jornada individual interior, é mais pacífica quando feita em comunidade. Criamos por isso, a Aldeia. Juntos, continuamos a transformar o mundo, pessoa a pessoa, família a família, comunidade a comunidade, não num mapa fechado, mas aberto ao mundo das infinitas possibilidades, onde cada um leva o que lhe faz sentido, integrando e transcendendo, criando comunidades com significado e impacto positivo.
No “The Next Buddha May Be A Sangha”, Shakyamuni previu que o próximo Buda seria Maitreya, o Buda do amor. “É possível que o próximo Buda não tome a forma de um indivíduo. O próximo Buda pode assumir a forma de uma comunidade, uma comunidade que pratica compreensão, bondade e amor, uma comunidade que pratica uma vida consciente. E a prática pode ser realizada como um grupo, como uma cidade, como uma nação.”
Famílias Generativas em mútuo apoio
Para entendermos os nossos filhos, temos primeiro que entender-nos a nós próprios. Precisamos de outras pessoas que nos escutem e precisamos também de contribuir. É um dar e receber mútuo. Uma comunidade com valores compartilhados, que permita a escuta, onde é possível chorar e rir juntos e claramente, num espaço conjunto, seguro e consciente de diálogo e reflexão.
Contamos com a cooperação e presença de famílias, em quatro continentes, que estão a colocar nos músculos, pouco a pouco, a Parentalidade Generativa. Famílias que se apoiam, incentivam, encorajam e inspiram a ser quem são na sua essência ou força vital, que compartilham os seus dons, trazendo para o campo muita presença, empatia, compaixão, genorosidade, criatividade e conexão. Co-criando com as suas crianças um admirável mundo novo.
Bem-vindos ao movimento global das famílias generativas
Se chegaram até aqui, pode significar que estão prontos para esta caminhada colectiva de despertar de consciências nas famílias da humanidade. É isso que estamos a fazer na Parentalidade Generativa, neste movimento de mudança generativa, a acontecer em tantos países, agora convosco e também com o contributo dos mais preparados e prestigiados nomes mundiais da Programação Neurolinguística (PNL), psicologia e ciência. Destaco com muita alegria, a presença e o apoio incondicional de dois em particular, Judith DeLozier (a mãe da PNL) e Robert Dilts (co-developer).
E pronto, é mesmo disto que as famílias precisam já! Em meu nome e de toda a comunidade, agradecemos a vossa presença, criatividade, curiosidade, confiança e coragem. O momento é agora! Bem-vindos!
Com amor e esperança,
Rita